“Novas experiências, novos conhecimentos e novos ares.”
Era um dia como outro, acordando cedo, tomando um café e logo após indo trabalhar na roça.
Onde trabalho na produção de banana prata em Pirapora, no norte das Minas Gerais, uma cidade com 55 mil habitantes.
O ano era 2020, o mundo vivia a pandemia da COVID 19, situação nunca vivida por mim e pela maioria das pessoas deste planeta.
Preocupado com a situação atual da propriedade e dos rumos que ela ia tomar devido a este novo cenário, certo dia me deparei pensando:
“Como será que as empresas do Japão estão lhe dando com esta situação?”
Eu já tinha ouvido falar no intercâmbio da JICA mas até então não havia me atentado para tal oportunidade já que ficava preso na minha rotina.
Por curiosidade acessei o site da JICA e estava aberta as inscrições para o intercâmbio de bolsas específicas no Japão.
Pesquisando e “fuçando” o site me deparei com um treinamento, fortalecimento da capacidade gerencial para empreendedores e sucessores.
E o que mais me chamou atenção foi a palavra “sucessores”.
Curiosidade:
Fiquei curioso em saber como era o trabalho de sucessão em empresas familiares no Japão.
Deste ponto em diante segui toda a parte burocrática de inscrição até ser selecionado para entrevista.
Lembro ainda do dia da entrevista em inglês, onde a primeira pergunta foi:
— “How are you?”
E eu sem pensar, inocentemente respondi:
— “Estou bem!” (rsrs)
Fui selecionado para participar do treinamento, mas a notícia era de que ele seria virtual e que não seria possível o treinamento presencial devido a COVID 19.
Neste momento fiquei receoso, pois eu gostaria de fazer o treinamento no Japão. Eu até relutei, mas a minha esposa disse:
“Vai lá e faz, o que você tem a perder?”
Após isso me permiti a uma nova experiência:
Treinamento virtual em japonês.
Era julho de 2021, o início da jornada de aprendizados e conhecimentos.
Este curso virtual era composto por 4 pessoas: Kohatsu-san, Shimizu-san, Kimura-san e eu.
Dentro deste treinamento tive o privilégio a uma consulta com o professor Totsuka san, onde fui orientado a trabalhar o meu GAMAN (paciência) devido a problemas de relacionamentos com o meu pai.
E esta orientação tem me ajudado não somente na minha relação com meu pai mas também em outros relacionamentos.
Apresentei o meu trabalho de conclusão de curso (em português), pois no curso tinha uma intérprete,
a Satou-san, que por sinal é uma excelente pessoa e profissional.
Voltei a vida comum após o treinamento, mas com um plano a seguir que me dava direcionamento das ações que deveria me atentar.
Em setembro de 2021, recebi um e-mail da senhora Nishida (coordenadora do treinamento da empresa JICE, parceira da JICA). Dizendo que as inscrições presenciais estavam abertas e que poderíamos nos inscrever novamente.
Neste momento acendeu a luzinha de esperança, uma mistura de sensações de expectativas e realização.
O processo de inscrição era o mesmo. Mas desta vez não precisei pagar o mico das entrevistas.
Aguardando ansioso para ver se seria ou não aprovado, apenas esperava o dia para ir ou não.
E este dia chegou. Dia 29 de julho de 2022.
Antes do embarque precisávamos realizar o teste do COVID 19. Nesta altura eu estava com um sentimento de lamentação e preocupação, já que horas antes do embarque o Shimizu-san que fez o treinamento junto comigo, testou positivo e não pode embarcar.
Embarquei.
Novos ares: 3 semanas no Japão.
Novos ares.
Fora três semanas em que convivi com pessoas de Brasília, São Paulo, Rio de Janeiro, Bolívia, Peru, Paraguai e os japoneses.
Posso dizer que aproveitei intensamente este momento único.
Agradeço o acolhimento do pessoal da JICA e JICE.
A mensagem que deixo após o intercâmbio é:
“Se você busca novas experiências, conhecimentos e novos ares, se permita abrir esta porta e viver esta oportunidade!”
Vem para o KENSHU (intercâmbio)!
